Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (29 de agosto de 1831, Riacho de Sangue, atualmente Jaguaretama-CE, 11 de abril de 1900, Rio e Janeiro-RJ), foi escritor e um intelectual que não se limitava ao conhecimento teórico, vivenciando suas ideias com firmeza e decisão.
Ser humano notável, em elevação moral e conhecimento, atuou como médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e reconhecido expoente da Doutrina Espírita.
Conhecido como “O Médico dos Pobres”, defendia a liberdade aos escravos, bem como a inserção dos mesmos na sociedade por meio da educação.
Afirmava, convictamente: “O médico verdadeiro é isto: não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é longe ou perto… O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado e achar-se fatigado ou por ser alta à noite, mau o caminho e o tempo, ficar perto ou longe do morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro – esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura.”
A vida e obra de Bezerra de Menezes se confunde com a própria história do Espiritismo no Brasil e da missão do país como Pátria do Evangelho. Em 1838, ainda criança, no interior do Ceará, conheceu as primeiras letras, em escola da Vila do Frade. Transferindo-se com a família para o Rio Grande do Norte, em 1842, aprendeu latim. Em 1846, já em Fortaleza, efetuou os estudos preparatórios no Liceu do Ceará.
Bezerra queria tornar-se médico, mas o pai, que enfrentava dificuldades financeiras, não podia custear seus estudos. Em 1851, aos 19 anos, tomou a iniciativa de ir para o Rio de Janeiro, a fim de cursar medicina, contando com a ajuda que parentes lhe deram para custear a viagem. Ingressou, em 1852, como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Para poder pagar seus estudos, lecionava filosofia e matemática.
Doutorou-se em 1856, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, solicitou sua admissão no Corpo de Saúde do Exército. Ainda em 1857, candidatou-se ao quadro dos membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória "Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento", sendo empossado no mesmo ano. Em 1858, casou-se com a Sra. Maria Cândida de Lacerda, que desencarnou em 1863, deixando-lhe um casal de filhos.
Em 1859 passou a atuar como redator dos "Anais Brasilienses de Medicina", da Academia Imperial de Medicina, atividade que exerceu até 1861. Em 1865, casou-se, em segunda núpcias, com Dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira esposa, com quem teve sete filhos.
Já em franca atividade médica, Bezerra de Menezes demonstrava o grande coração que iria semear, até o fim do século, sobretudo, entre os menos favorecidos - o carinho, a dedicação e o alto valor profissional. Foi justamente o respeito e o reconhecimento de numerosos amigos que o levaram à política, que ele definiu como “a ciência de criar o bem de todos”. Atuou na vida pública por muitos anos.
Conheceu a Doutrina Espírita, em 1875, através de O Livro dos Espíritos e sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou posteriormente: "Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito, entretanto, tudo aquilo era novo para mim [...]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no 'O Livro dos Espíritos'[...]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença.”
Mais que um adepto, Bezerra de Menezes foi um defensor e um divulgador da Doutrina Espírita. Daí por diante, Bezerra de Menezes foi grande divulgador do movimento espírita no Brasil, ajudando a conduzir o barco de nossa doutrina por sobre as águas atribuladas, pelo iluminismo fátuo, pelo cientificismo presunçoso que pretendia deslustrar o grande significado da Codificação Kardequiana.
Presidente da FEB em 1889, reconduzido ao mesmo cargo em 1895, e permanecendo até 1900, quando desencarnou. Bezerra de Menezes foi membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, da Sociedade Físicoquímica, sócio e benfeitor da Sociedade Propagadora das Belas-Artes, membro do Conselho do Liceu de Artes e presidente da Sociedade Beneficente Cearense.
Escreveu em jornais, redigiu a “Sentinela da Liberdade”, os “Anais Brasilienses de Medicina”, colaborou na “Reforma”, na “Revista da Sociedade Físico-química” e no “Reformador”. Utilizava os pseudônimos de Max e Frei Gil. A extensa bibliografia de Bezerra de Menezes é relacionada para mais de quarenta obras escritas e publicadas. São teses, romances, biografias, artigos, estudos, relatórios, etc.
Bezerra de Menezes desencarnou em 11 de abril de 1900, tendo ao lado a dedicada companheira de tantos anos, Cândida Augusta. Morreu pobre, embora seu consultório estivesse cheio de uma clientela que nenhum médico queria; eram pessoas pobres, sem dinheiro para pagar consultas. Foi preciso constituir-se uma comissão para angariar donativos visando a possibilitar a manutenção da família.
Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Leon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec: “Quando tais homens deixam de existir, enlutase não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.
< https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Adolfo-Bezerra-de-Menezes.pdf>. Acesso em: 12 de nov. de 2023; e de:
< https://www.febnet.org.br/portal/2023/11/09/gratidao-dr-bezerra-de-menezes/>. Acesso em: 12 de nov. de 2023.
PALAVRAS DE BEZERRA DE MENEZES
O Evangelho de Jesus tem regime de urgência, já não podemos postergar a vivência da palavra do Senhor.
Ouvimo-lá.
Anotamo-lá.
Registramo-lá na memória e não obstante conduzimos os passos muito distantes do cumprimento do dever.
Convidados pelo Mestre no momento histórico mais grave da sociedade, imolemo-nos por amor! Já não temos as arenas, onde as feras e gladiadores nos ceifavam a vida física. Já nos não empalam nem nos põem na roda trucidando nossas carnes.
Já não somos atados a madeiros, que se transformam em fogueiras vivas, cujas chamas apagam a claridade das estrelas. Mas, nos encontramos em um campo de batalha muito mais severo, muito maior, que é o mundo.
As feras ululantes e vigorosas estão dentro de nós: sanguissedentas umas, apaixonadas outras, atormentadas e atormentadoras as demais.
Mantenhamo-nos em fidelidade com o Senhor sem nos preocuparmos com os ouropéis das fantasias terrenas.
Que nos acusem de seguidores de Cristo para que nossas consciências alegrem-se pelo galardão de servi-Lo. Que nos apontem como místicos ou piegas longe das cátedras de cultura vazia e de intelectualismo perturbador e tenhamos a satisfação infinita de estar desobrigando-nos dos nossos deveres.
A Doutrina Espírita é um amanhecer. As suas claridades lógicas, racionais, luminíferas, diluem a sombra da ignorância, mas o sol de amor, de que se reveste, derrete o gelo das nossas emoções, para que seja possível, em perfeita harmonia, o nosso desenvolvimento intelecto-moral, propiciando-nos sabedoria.
O conhecimento pode ser considerado como a grande horizontal das conquistas humanas, mas o Amor é a grande vertical que nos ergue na direção do infinito para sintonizarmos com Deus.
Filhos da alma: – não mendiguemos as coisas transitórias, busquemos a verdade que liberta; – não nos escravizemos às paixões que confundem, abrasemo-nos com o amor que nos sublima; – não lutemos pelas quinquilharias que ficam, laboremos pelos tesouros invioláveis do dever, da paz e da honradez que seguem conosco para todo o sempre. Jesus nos aguarda, meus filhos!
O Espiritismo é uma ciência filosófica-ético-moral-religiosa que decifra os enigmas existenciais e dignifica a vida, porque torna nobres aqueles que se lhe vinculam. Hoje é o nosso dia.
Vamos nos libertar das marcas do passado e da dor. Vencida a morte pela Vida, vencei os tormentos da retaguarda perturbadora e tomados pelo espírito do Cristo, sintonizai com Ele para que desçam até vós as Suas Misericórdias, penetrando-vos e tornando-vos discípulos legítimos do Seu coração, ensinando àqueles que estão ao vosso lado, brandura, cordialidade e amor, conforme Ele a todos nos tem ensinado. Ide em paz, mergulhados na psicosfera de Amor, vitalizados pela esperança do triunfo sobre a inferioridade, e vestidos pela luz da Verdade, para que nenhuma sombra se agasalhe em vossos corações.
Nós, em nome dos espíritos-espíritas, que aqui estão, desejamos-lhes paz e plenitude.
Com carinho paternal, o servidor humílimo de sempre, Bezerra
Muita paz, meus filhos.
Mensagem psicofônica obtida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na noite de 16 de agosto de 2001, ao término da conferência proferida no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro- RJ.
[Súplica de Amor]
Tu, que nos convidaste para o banquete da Boa Nova, embora não dispuséssemos da túnica nupcial, aceitamos a invitação, e aqui estamos.
Tu, que nos convidaste para trabalhar na Tua vinha, embora não tivéssemos condições hábeis para o bom serviço, e assim mesmo nos aceitaste.
Tu, que nos foste buscar perdidos no abismo, depois que tresmalhamos do Teu rebanho, e a ele retornamos.
Tu, sublime amigo dos desventurados, que nunca Te cansaste de chamar-nos ao seio da Tua misericórdia, em nome de Deus, e sempre acompanhas o nosso sucesso dominado pela compaixão, novamente abres os Teus braços, para que repousemos no Teu regaço. Jesus!
Temos sede de paz. Anelamos pelo encontro com a saúde integral que somente existe no Teu afável coração.Permite que, deste conúbio em que desces até nós, e nos mimetizas com as Tuas energias santas, possamos representar-Te em qualquer lugar por onde deambulemos, dizendo a todos que somos os Teus discípulos, fracamente fiéis, carregando o madeiro das próprias aflições.Jesus,
Tu que nos amas, ajuda-nos a aprender a amar, de tal forma que a Tua presença em nós anule a dominação arbitrária das nossas paixões, e sejas Tu a dominar-nos interiormente, como um dia penetraste no Teu discípulo, o cantor das gentes, por intermédio de quem passaste a cantar a Tua mensagem.Segue conosco Senhor, e ajuda-nos a conquistar o nosso mundo interior para que o Teu reino se estabeleça em nós, e se prolongue por toda a Terra.
Filhos da alma!
Ei, agora! Não depois, nem amanhã, nem mais tarde. O processo de transformação íntima deve começar neste instante, sem recidivas no mal, sem retorno às situações embaraçosas e perturbadoras. O Mestre conta conosco na razão direta em que contamos com Ele.Que brilhe, portanto, em nós, a luz que vem dEle, apagando por completo a treva teimosa que permanece nas paisagens do nosso coração. Bezerra.
Mensagem psicofônica, recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco,no encerramento da sua palestra na noite de 2 de agosto de 2012, no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, Brasil.Em 18.1.2013.
[Bezerra de Menezes fala aos membros do Conselho Federativo Nacional]
Meus filhos, Guarde-nos o Senhor na Sua Paz.
Não obstante as ameaças de confrontamento, que se anuncia com os objetivos maléficos da guerra que parece inevitável, os discípulos do Evangelho permanecem confiados na paz. Diminuem as sombras que moldavam as relações entre as grandes potências da Terra, mas, porque o planeta é de provas e de expiações, irrompe, inesperadamente, uma densa treva que parece o prenunciar de uma hecatombe de consequências funestas.
Apesar disso, nós, seguidores de Jesus, trabalhamos pela paz. Diante das injunções dolorosas que se apresentam, é imprescindível que mantenhamos a flama do ideal, a fim de que tremule acima de todas as vicissitudes, apontando rumo, como a esperança que não pode faltar na busca da felicidade humana.
Repetem-se os dias ásperos do Cristianismo primitivo, quando a mensagem de Jesus penetrou nos corações que foram invitados a abandonar as carnificinas habituais, para pautar a conduta pela solidariedade e o exercício do amor fraternal. São inevitáveis , neste momento, as dores superlativas, as inquietações de largo porte, as dificuldades-desafio.
Jesus convida-nos ao testemunho, como outrora Ele próprio testificou, a legitimidade do mandato de que Se encontrava investido, para que os homens soubéssemos ser Ele, o excelente Filho de Deus, o modelo e guia para toda a Humanidade. Certamente, depois dEle, os testemunhos ficaram circunscritos às arenas, ao exílio, à perseguição de grupo, de clã, estabelecendo a separação entre o trigo e o joio. Mas, também, ainda hoje é assim, meus filhos.
Não nos iludamos, as balizas da arena cresceram muito e as feras que estavam em jaulas e subterrâneos esfaimadas, aguardando o momento do holocausto dos servidores do Ideal, agora estão dentro de nós, em torno de nós, disfarçados, porém, não menos ameaçadoras e cruéis. Temos necessidade de porfiar no combate, mantendo o idealismo e a confiança irrestrita em Deus, valorizando a honra da fé que nos abraça.
Que outros discutam inutilmente; que diversos permaneçam distraídos na tribuna das controvérsias que não levam a lugar algum; que um grande número aplique o seu tempo no verbalismo vazio e na busca das coisas insignificantes, sem preocupação com as questões palpitantes e de importância para equacionar; que vários proíbam, cerceando os espaços da liberdade que deve viger em todos os corações e mentes que encontraram o Evangelho de Jesus. A nós nos cumpre o dever da retidão – pensar e agir corretamente, amar sem discriminação, compreender sem reserva, e dar aos outros o direito de serem conforme podem, mas, a nós próprios, nos impormos o compromisso de renovação a cada instante, para melhor, realizando com eficiência a tarefa que nos está reservada.
O conhecimento da Doutrina Espírita é portador de libertação, porque traz, no seu bojo, a verdade revelada a Allan Kardec, que prossegue abrindo espaço nas mentes e alargando os horizontes para a vida. Fomos convidados, sim, para espalhar a luz que não pode ficar impedida pelas nossas limitações e pequenezas.
Que dentro de nós vibre o pensamento do Cristo, e atue através da nossa conduta a beleza da mensagem espírita que, em breve, modificará o pensamento na Terra e expulsará, por definitivo, a guerra, o medo, a insatisfação, gerados pelo egoísmo, que cederá o passo ao altruísmo, que Jesus nos ofereceu na lição sacrossanta da caridade.
Unamo-nos, meus filhos!
Às agressões, retribuamos com o perdão; à maledicência, ofereçamos a generosidade da compreensão; à violência que ergue a mão para nos afligir, doemos a solidariedade fraternal, contra a qual, nenhuma força humana pode lutar.
O mal vale o investimento que lhe oferecemos: se não o valorizarmos, mediante a nossa permanência no bem, ele deixará de ter significado, perderá a razão de ser, passando a plano secundário e desaparecendo. O mal, que não vemos, porque estamos espalhando o bem, vai absorvido como a sombra que desaparece no jato da luz.
A nossa é a tarefa de servir e de amar, preparando o advento do mundo melhor, que já se anuncia e chega lentamente.
Como é verdade que os homens se preparam para o lamentável confronto, no qual a guerra ainda não foi descartada, não menos verdade é que os homens, que representam as comunidades superdesenvolvidas, já se preocupam em parlamentar, discutir e encontrar os meios diplomáticos para equacionar os seus problemas, dirimindo as dificuldades que aparentemente os separam.
A verdade, que promana de Deus alcança a todos.
Assim, trabalhemos com acendrado amor e com esforço incessante, para que o Espiritismo realize a transformação social da Terra, como previsto pelo Codificador, e anunciados pelos embaixadores do céu.
Este é o dever impostergável, para o qual aqui nos reunimos, discutindo e estabelecendo diretrizes de equilíbrio e de segurança. Não estais a sós, e o sabeis!
Não vos reunis aqui para encontro de opiniões desassisadas, mas, irmanados pelo ideal de realizar o que seja de melhor para o Movimento e o de mais útil para as criaturas humanas.
Porfiai, Jesus espera muito de nós, assim como a Ele entregamos os nossos destinos!
Continuai filhos, certos de que o triunfo, que não tarda, tomará conta dos nossos corações em forma de plenitude e de paz.
Abençoe-nos o Senhor e que, entre nós, permaneça Sua paz, são os votos do amigo e servidor humílimo e paternal de sempre. Bezerra.
Psicofonia de Divaldo Pereira Franco, no encerramento da reunião matinal do Conselho Federativo Nacional, na Federação Espírita Brasileira, no dia 17 de novembro de 1990, em Brasília,DF. Em 02.03.2012.
[Espiritismo e Vida]
“O Espiritismo, meus irmãos, é a luz que verte do Alto na grande noite da humanidade, para nos apontar o caminho na escuridão.
O Espiritismo, é Jesus de volta, que nos vem convidar a reflexões muito profundas a respeito do que somos – Espíritos imortais – de como estamos – corpos transitórios – e para onde vamos – na direção da pátria, conscientizando-nos que a lei que deve viger em todas as nossas atitudes é a lei de amor.
Este amor, porém, que é lei natural e está em todo o universo, porque é a lei do equilíbrio. Quando, realmente, nos deixarmos penetrar pela proposta de Jesus, quando legitimamente nos permitirmos mimetizar pelo Seu dúlcido olhar, feito de misericórdia e de compaixão, uma nova conduta se estabelecerá em nossas vidas, e aprenderemos, por fim, a seguir com equilíbrio pela estrada libertadora.
O Espiritismo, anunciado pelo Mestre, chega na hora predita para atender o rebanho aturdido que, tresmalhado, aguarda o cajado do Bom Pastor. Ele veio, meus filhos, e convocou-nos a uma nova ordem de pensamento e de conduta. A Sua voz, de quebrada em quebrada, chegou até estes dias, para que tivéssemos um roteiro de segurança, para não mais incidirmos ou reincidirmos nos delitos a que nos vinculamos.
Da primeira vez, iludidos, fascinados, atormentados, deformamos-Lhe os ensinamentos, adaptando-os aos nossos interesses escusos. Mas Ele não cessou de nos enviar embaixadores encarregados de recordar-nos Seu amor inefável até quando Allan Kardec nos trouxe desvelado, o Evangelho para vestir nossa alma com a luz mirífica das estrelas.
Tenhamos cuidado com a prática espírita! O Consolador não se deterá, mesmo que os homens coloquem pelos caminhos impedimentos à sua marcha, dificuldades ao processo evolutivo, porque Cristo vela!
O Espiritismo, meus filhos, é doutrina dos Espíritos para os homens. Espíritos, por sua vez reencarnados, comprometidos com a instalação na Terra do reino do amor, da justiça e da caridade.
Tende tento!
Meditai profundamente na palavra de ordem e de razão que deflui do Evangelho vivo e, se por certo, estais sendo chamados para o rebanho, esforçai-vos para atender ao convite, e lutai até o sacrifício para serdes escolhidos.
Recebeis farta messe de luz; distribuí-a pelo mundo estróina. Sois aquinhoados com o conhecimento libertador; passai-o adiante através da voz eloquente dos vossos atos e pela palavra austera dos vossos sentimentos.
Jesus espera!
Como nós confiamos nEle e Lhe pedimos apoio, Ele confia em nós, e nos pede fidelidade.
Os Espíritos amigos, vossos anjos guardiães e companheiros de jornada, aqui estamos para sustentar-vos nos testemunhos, para dar-vos força, para que possais vencer com idealismo, de maneira estóica.
Não adieis o momento de ajudar, não procrastineis a hora de servir e, integrados na falange do bem, cantai, cantai ao Senhor, mesmo que lágrimas escorram pelos vossos olhos e dores macerem vossos corações.
Cantai um hino de júbilo e de liberdade, demonstrando que na cruz os braços estão abertos para afagar, dando testemunho que pode aquilatar o valor de quem ama.
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe, e que a paz prossiga convosco, suavizando vossas lutas e dores!
São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.”
Autor: Bezerra de Menezes Psicografia de Divaldo Franco
[Transição do Planeta]
“Meus filhos: Que Jesus nos abençoe.
A sociedade terrena vive, na atualidade, um grave momento mediúnico no qual, de forma inconsciente, dá-se o intercâmbio entre as duas esferas da vida.
Entidades assinaladas pelo ódio, pelo ressentimento, e tomadas de amargura cobram daqueles algozes de ontem o pesado ônus da aflição que lhes tenham proporcionado.
Espíritos nobres, voltados ao ideal de elevação humana sincronizam com as potências espirituais na edificação de um mundo melhor.
As obsessões campeiam de forma pandêmica, confundindo-se com os transtornos psicopatológicos que trazem os processos afligentes e degenerativos. Sucede que a Terra vivencia, neste período, a grande transição de mundo de provas e de expiações para mundo de regeneração.
Nunca houve tanta conquista da ciência e da tecnologia, e tanta hediondez do sentimento e das emoções.
As glórias das conquistas do intelecto esmaecem diante do abismo da crueldade, da dissolução dos costumes, da perda da ética, e da decadência das conquistas da civilização e da cultura…
Não seja, pois, de estranhar que a dor, sob vários aspectos, espraia-se no planeta terrestre não apenas como látego mas, sobretudo, como convite à reflexão, como análise à transitoriedade do corpo, com o propósito de convocar as mentes e os corações para o ser espiritual que todos somos. Fala-se sobre a tragédia do cotidiano com razão.
As ameaças de natureza sísmica, a cada momento tornam-se realidade tanto de um lado como de outro do planeta.
O crime campeia a solta e a floração da juventude entrega-se, com exceções compreensíveis, ao abastardamento do caráter, às licenças morais e à agressividade.
Sucede, meus filhos, que as regiões de sofrimento profundo estão liberando seus hóspedes que ali ficaram, em cárcere privado, por muitos séculos e agora, na grande transição, recebem a oportunidade de voltarem-se para o bem ou de optar pela loucura a que se têm entregado.
E esses, que teimosamente permanecem no mal, a benefício próprio e do planeta, irão ao exílio em orbes inferiores onde lapidarão a alma auxiliando os seus irmãos de natureza primitiva, como nos aconteceu no passado.
Por outro lado, os nobres promotores do progresso de todos os tempos passados também se reencarnam nesta hora para acelerar as conquistas, não só da inteligência e da tecnologia de ponta, mas também dos valores morais e espirituais.
Ao lado deles, benfeitores de outra dimensão emboscam-se na matéria para se tornarem os grandes líderes e sensibilizarem esses verdugos da sociedade.
Aos médiuns cabe a grande tarefa de ser ponte entre as dores e as consolações.
Aos dialogadores cabe a honrosa tarefa de ser, cada um deles, psicoterapeutas de desencarnados, contribuindo para a saúde geral.
Enquanto os médiuns se entregam ao benefício caridoso com os irmãos em agonia, também têm as suas dores diminuídas, o seu fardo de provas amenizadas, as suas aflições contornadas, porque o amor é o grande mensageiro da misericórdia que dilui todos os impedimentos ao progresso – é o sol da vida, meus filhos, que dissolve a névoa da ignorância e que apaga a noite da impiedade.
Reencarnastes para contribuir em favor da Nova Era.
As vossas existências não aconteceram ao acaso, foram programadas. Antes de mergulhardes na neblina carnal, lestes o programa que vos dizia respeito e o firmastes, dando o assentimento para as provas e as glórias estelares.
O Espiritismo é Jesus que volta de braços abertos, descrucificado, ressurreto e vivo, cantando a sinfonia gloriosa da solidariedade. Dai-vos as mãos! Que as diferenças opinativas sejam limadas e os ideais de concordância sejam praticados.
Que, quaisquer pontos de objeção tornem-se secundários diante das metas a alcançar. Sabemos das vossas dores, porque também passamos pela Terra e compreendemos que a névoa da matéria empana o discernimento e, muitas vezes, dificulta a lógica necessária para a ação correta. Mas ficais atentos: tendes compromissos com Jesus…
Não é a primeira vez que vos comprometestes enganando, enganado-vos. Mas esta é a oportunidade final, optativa para a glória da imortalidade ou para a anestesia da ilusão.
Ser espírita é encontrar o tesouro da sabedoria.
Reconhecemos que na luta cotidiana, na disputa social e econômica, financeira e humana do ganha-pão, esvai-se o entusiasmo, diminui a alegria do serviço, mas se permanecerdes fiéis, orando com as antenas direcionadas ao Pai Todo-Amor, não vos faltarão a inspiração, o apoio, as forças morais para vos defenderdes das agressões do mal que muitas vezes vos alcança. Tende coragem, meus filhos, unidos, porque somos os trabalhadores da última hora, e o nosso salário será igual ao do jornaleiro do primeiro momento. Cantemos a alegria de servir e, ao sairmos daqui, levemos impresso no relicário da alma tudo aquilo que ocorreu em nossa reunião de santas intenções: as dores mais variadas, os rebeldes, os ignorantes, os aflitos, os infelizes, e também a palavra gentil dos amigos que velam por todos nós.
Confiando em nosso Senhor Jesus Cristo, que nos delegou a honra de falar em Seu nome, e em Seu nome ensinar, curar, levantar o ânimo e construir um mundo novo, rogamos a Ele, nosso divino Benfeitor, que a todos nos abençoe e nos dê a Sua paz.
São os votos do servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.”
Mensagem psicofônica de Bezerra de Menezes (espírito) transmitida por Divaldo Franco (13.11.2010 – Los Angeles)
[Convocação]
“…Nós fomos chamados por Jesus para tornar o mundo melhor. Não foi por acaso que, na hora última a voz do Divino Pastor, chegou até nós.
Não nos encontramos no mundo assinalados apenas pelos delitos e os erros pretéritos, somos os Servos do Senhor em processo de aperfeiçoamento para melhor servi-lo.
Nem a jactância dos presunçosos, nem a subestima dos que preferem a acomodação. Servir, meus filhos, com a instrumentalidade de que disponhamos é o nosso dever.
Observamos que a seara cresce, mas os trabalhadores não se multiplicam geometricamente como seria de desejar, porque estamos aferrados aos hábitos doentios, que no momento da evolução antropológica, serviram-nos de base para a transformação do instinto em emoção edificante.
A maneira mais segura de preservar os valores do Evangelho de Jesus em nós é através da vinculação mental com o Nosso Condutor. Saiamos da acomodação justificada de maneira incorreta para a ação.
Abandonemos as reações perturbadoras e aprendamos as ações edificantes. Sempre dizemos que necessitamos de Jesus, sem cuja misericórdia estaríamos como náufragos perdidos na grande travessia da evolução, mas tenhamos em mente que Jesus necessita de nós, porque enquanto falamos a Ele pela oração Ele nos responde pela inspiração.
Ele age pelos nossos sentimentos através das nossas mãos. Sejam as mãos que ajudam, abençoadas em grau mais expressivo do que os lábios que murmuram preces contemplativas.
A nossa postura no mundo, neste momento, é de misericórdia.
Que nos importem os comentários deprimentes a nosso respeito, se valorizamos o mundo, respeitando os seus cânones e paradigmas?
Não nos preocupemos com que o mundo pensa e fala de nós através de outros corações. No belo ensinamento de Jesus na casa de Lázaro, enquanto Maria o ouve e Marta se afadiga, temos uma lição extraordinária – não é necessário ficar numa contemplação de natureza egoística, mas é necessário aprender para poder servir.
A atitude de Marta é ansiosa, era a preocupação com o exterior.
A atitude de Maria era iluminativa, a que parte dos tesouros sublimes da coragem e do amor, através da sabedoria, para poder melhor servir.
O serviço é o nosso campo de iluminação.
Nós outros, os companheiros da Vida Espiritual, acompanhamos as lágrimas que são vertidas pelos sentimentos de todos aqueles que nos suplicam ajuda e, interferimos com a nossa pequenez, junto ao Mestre Incomparável para que Ele leve ao Pai as nossas necessidades, mas bendigamos a dor sem qualquer laivo masoquista; agradeçamos a dor que nos desperta para a Verdade, e que nos dilui as ilusões; que faz naufragar as aventuras de consequências graves antes que aconteçam.
Estamos, portanto, convocados para a construção da Sociedade Nova, na qual o bem pairará soberano, como já ocorre, acima de todas e quaisquer vicissitudes.
Filhos da Alma, tende bom ânimo.
Não recalcitreis contra o aguilhão nem vos permitais a deserção lamentável ou a parada perturbadora na escalada difícil da sublimação.
Jesus espera-nos, avancemos! Suplicando a Ele, o Amigo Incomparável de todos nós, envolvemos os afetuosos corações em dúlcidas vibrações de paz. Na condição de servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.
Muita paz.”
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final da conferência pública, realizada no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 14 de julho de 2011.
[Cristãos decididos]
“…Estamos sendo convocados pelos Espíritos nobres para ser os lábios pelos quais a palavra de Jesus chegue aos corações empedernidos.
Estamos sendo convocados para ser os braços do Mestre, que afaguem, que se alonguem na direção dos mais aflitos, dos combalidos, dos enfraquecidos na luta.
Estamos colocados na postura do bom samaritano, a fim de podermos ser aquele que socorra o caído na estrada de Jericó da atualidade.
Nunca houve na história da sociedade terrena tantas conquistas de natureza intelectual e tecnológica!
Nunca houve tanta demonstração de humanismo, de solidariedade, tanta luta pelos direitos humanos!
É necessário, agora, que os cristãos decididos arregacem as mangas e ajam em nome de Jesus. Em qualquer circunstância, que se interroguem: – em meu lugar que faria Jesus?
E, faça-o, conforme o amoroso Companheiro dos que não têm companheiros, faria. Filhos da alma! Estamos saturados de tecnologia de ponta, graças, à qual, as imagens viajam no mundo quase com a velocidade do pensamento, e a dor galopa desesperada o dorso da humanidade em desalinho.
O Espiritismo veio como Consolador para erradicar as causas das lágrimas.
Sois os herdeiros do Evangelho dos primeiros dias, vivenciando-o à última hora. Estais convidados a impregnar o mundo com ternura, utilizando-vos da compaixão.
Periodicamente, neste planeta de provas e expiações, as mentes em desalinho vitalizam microorganismos viróticos que dão lugar a pandemias destruidoras. Recordemo-nos das pestes que assolaram o mundo: a peste negra, a peste bubônica, as gripes espanhola, a asiática e a deste momento de preocupações, porque as mentes dominadas pelo ódio, pelo ressentimento, geram fatores propiciatórios à manifestação de pandemias desta e de outra natureza.
Só o amor, meus filhos, possui o antídoto para anular esses terríveis e devastadores acontecimentos, desses flagelos que fazem parte da necessidade da evolução.
Sede vós aquele que ama.
Sede vós, cada um de vós, aquele que instaura o Reino de Deus no coração e dilata-o em direção da família, do lugar de trabalho, de toda a sociedade.
Não postergueis o dever de servir para amanhã, para mais tarde.
Fazei o bem hoje, agora, onde quer que se faça necessário.
As mães afro-descendentes, as mães de todas as raças, em um coro uníssono, sob o apoio da Mãe Santíssima, oram pela transformação da Terra em Mundo de Regeneração.
Sede-lhes filhos dóceis à sua voz quão dócil foi o Crucificado galileu que, ao despedir-se da Terra, elegeu-a mãe do evangelista do amor, por extensão, a Mãe Sublime da Humanidade. Muita paz, meus filhos.
Que o Senhor de bênçãos nos abençoe.
O servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.”
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, ao final da conferência pública em torno da maternidade, realizada no Grupo Espírita André Luiz, no Rio de Janeiro, na noite de 13 de agosto de 2009.
[Psicofonia do Dr. Bezerra de Menezes através de Divaldo Franco, no 3º Congresso Espírita Brasileiro, em abril de 2010]
“Estamos agora em um novo período. Estes dias assinalam uma data muito especial, a data da mudança do mundo de provas e expiações para o mundo de regeneração. A grande noite que se abatia sobre a Terra, lentamente cede lugar ao amanhecer de bênçãos.
Retroceder não mais é possível.
Firmastes, filhas e filhos da alma, um compromisso com Jesus, antes de mergulhar na indumentária carnal de servi-lo com abnegação e devotamento.
Prometestes que lhe serieis fiel mesmo que vos fosse exigido o sacrifício, alargando-se os horizontes deste amanhecer que viaja para a plenitude do dia.
Exultemos juntos, os espíritos desencarnados de vós outros que transitais pelo mundo de sombras, mas além do júbilo que a todos nos domina, tenhamos em mente as graves responsabilidades que nos exornam a existência, do corpo ou fora dele.
Deveremos reviver os dias inolvidáveis da época do martirológio. Seremos convidados não somente ao aplauso, ao entusiasmo, ao júbilo, mas também ao testemunho, o testemunho silencioso das paisagens internas da alma, o testemunho por amor àqueles que não nos amam, o testemunho de abnegação no sentido de ajudar aqueles que ainda se comprazem em gerar dificuldades, tentando inutilmente obstaculizar a marcha do progresso. Iniciada a grande transição, chegaremos ao clímax e na razão direta em que o planeta experimenta as suas mudanças físicas, geológicas, as mudanças morais são inadiáveis.
Que sejamos nós aqueles espíritos espíritas, que demonstremos a grandeza do amor de Jesus em nossas vidas.
Que outros reclamem, que outros se queixem, que outros deblaterem, que nós outros guardemos nos refolhos d’alma o compromisso de amar e amar sempre trazendo Jesus de volta com toda a pujança daqueles dias que vão longe e que estão muito perto. Jesus, filhas e filhos queridos, espera por nós.
Que seja o nosso escudo, o amor, as nossas ferramentas, o amor e a nossa vida, o hino de amor. São os votos que formulamos aos espíritos espíritas aqui presentes e que me sugeriram representá-los diante de vós.
Com muito carinho, o servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.
Muita paz, filhas e filhos do coração.”
[Kardec e vida]
Kardequização do sentimento : equilíbrio
Kardequização do raciocínio : visão
Kardequização da ciência : humanidade
Kardequização da filosofia : discernimento
Kardequização da fé : racionalidade
Kardequização da inteligência : orientação
Kardequização do estudo : esclarecimento
Kardequização do trabalho : organização
Kardequização do serviço : eficiência
Kardequização das relações : sinceridade
Kardequização do progresso : elevação
Kardequização da liberdade : disciplina
Kardequização do lar : harmonia
Kardequização do debate : proveito
Kardequização do sexo : responsabilidade
Kardequização da personalidade : autocrítica
Kardequização da corrigenda : compreensão
Kardequização da existência : caridade
Kardequizemos para evoluir com acerto à frente do Cristo de Deus. A Terra é nossa escola milenária e, em suas classes múltiplas, somos companheiros uns dos outros.
Kardequizarmo-nos na carteira de obrigações a que estamos transitoriamente jungidos é a fórmula ideal de ascensão. Estudemos e trabalhemos sempre.
Bezerra de Menezes
Página psicografada por Francisco Cândido Xavier.
[Quanto Mais]
“Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.
Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.
Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.
Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.
Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis de vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranqüilidade em vossos passos.
Continuemos buscando Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo e servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.”
Bezerra de Menezes
Francisco Cândido Xavier. Da obra: Caridade.
[Bezerra de Menezes fala no encerramento da Reunião do CFN, em 12 de novembro de 2005 – Brasília (DF)]
Senhor! Antes de agradecermos, desejamos prosseguir pedindo. Invariavelmente, as rogativas da Terra são direcionadas ao Teu coração, suplicando em favor dos que sofrem.
Permite-nos pedir–Te, neste momento, por aqueles que promovem o sofrimento.
É comum que Te roguemos pelos que são perseguidos, agora desejamos suplicar-Te pelos perseguidores.
A grande maioria pede pelos que passam fome, e nós queremos rogar a Tua magnanimidade em favor dos fomentadores da miséria. Há muita dor no mundo e o nosso coração compadece-se daqueles que, na sua alucinação, geram todas essas desditas que se acumulam na psicosfera terrestre.
A violência alcança índices quase insuportáveis de dor, e é por isso que Te suplicamos pelos adeptos da agressividade que se comprazem em desencadear os conflitos e as dores acerbas.
Tu conviveste com a massa ignara; transitaste entre os poderosos de um momento; lecionaste o Teu amor dirigido aos infelizes de todo jaez e não olvidaste de pedir ao Pai que perdoasse aqueles que Te não compreendiam, porque, de fato, eles não sabiam o que estavam fazendo.
Voltamos a pedir, humildemente, compaixão para os que perderam a direção da verdade, intoxicando-se na prepotência, na presunção, em todos esses hábitos infelizes da personalidade enferma.
Dá-lhes, Jesus, a chance de despertar para compreender que a existência transitória na carne tem por finalidade a construção do bem. Não temos outras palavras senão aquelas que aprendemos Contigo, assinaladas pela compaixão, pelo amor, pela misericórdia que vertem de nosso Pai.
Então, recebe a guirlanda de flores dos nossos sentimentos em forma de gratidão, pela honra imerecida de conhecer-Te, de termos aceito o Teu convite para que pudéssemos trabalhar na Tua seara.
Mas, ajuda-nos a ser escolhidos quando terminarmos o labor momentaneamente em nossas mãos. Permanece conosco ensementando amor nas vidas, mas libertando nossa vida das amarras hediondas que nos mantêm no primarismo que nos leva às defecções morais. Sê conosco, portanto, Mestre, hoje e sempre, para que não desfaleçamos na luta porque, se Contigo assim estamos, sem Ti o nosso será o fracasso irrefragável.
Porfiai, filhos da alma, nos vossos compromissos! Reconhecemos que são, estes, dias muitos difíceis. Mas, estais equipados dos instrumentos há- beis para os enfrentamentos típicos do cristão.
Não vos iludais com as quimeras nem as facécias do momento. Sede fiéis a Jesus, que nos tem sido fiel até agora. Muitas vezes, ver-vos-eis envoltos por dificuldades e enfrentareis desafios que parecem insuperáveis.
Confiai em Jesus e observareis que com Ele tudo se resolve, enquanto sem Ele as dificuldades são intransponíveis. Vencereis o egoísmo, conquistareis a paz interior e triunfareis porque esta é a destinação de todos nós que viajamos no rumo da liberdade total.
Que Deus vos abençoe!
Com carinho, o servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra
Muita paz, meus filhos!
Oração proferida através de Divaldo Pereira Franco em 12 de novembro de 2005 – Brasília (DF).
[O Apóstolo da Caridade]
Dr. Bezerra atendia à todos e não cobrava nada. Certo dia, seu ajudante de consultório lhe perguntou:
– Dr. Bezerra, sua família está passando necessidade, por que o senhor não cobra pelo menos um pouco das pessoas?
E ele respondeu:
– Como estas pessoas irão pagar, se muitos não tem o que comer?
O rapaz então perguntou:
– O que o senhor comeu ontem?
E Dr. Bezerra respondeu, depois de gaguejar:
– Nada.
Então, entraram em acordo, as pessoas pagariam se quisessem, e o quanto pudessem, e o dinheiro iria para às mãos de sua esposa. E certo dia, ao examinar uma criança, deu a receita para a mãe. Ela chorando disse:
– Como comprarei este remédio, se não tenho o que comer?
Dr. Bezerra, tratou de procurar algum dinheiro para lhe dar, mas não encontrou. Então, olhou para seu dedo e viu seu anel de formatura. Não pensou duas vezes, retirou o anel do dedo e deu para a mãe, dizendo:
– Leve este anel, ele comprará comida e os remédios que seu filho precisa. ESTE ERA BEZERRA DE MENEZES, O APÓSTOLO DA CARIDADE.